A energia solar fotovoltaica é uma fonte cada vez mais popular e sustentável de energia. Com o crescimento exponencial da geração solar, surge a necessidade de explorar soluções para o armazenamento e a distribuição dessa energia. Nesse contexto, a aplicação de baterias e a geração fotovoltaica distribuída ganham destaque no cenário energético brasileiro. Neste artigo, vamos explorar como essas soluções estão sendo aplicadas no Brasil, levando em consideração o contexto regulatório do país.
Nos últimos anos, a geração solar fotovoltaica tem apresentado um crescimento significativo no Brasil. A atualização da resolução normativa ANEEL 482/2012, por meio da resolução normativa ANEEL 687/2015, viabilizou a expansão da geração distribuída (GD) e do Sistema de Compensação de Energia Elétrica (SCEE). Isso permitiu que unidades consumidoras instalassem geradores a partir de fontes renováveis e fornecessem o excedente de geração para a rede de distribuição local.
Graças a essas regulamentações, o Brasil ultrapassou recentemente o marco de 21 GWp de potência instalada de energia solar fotovoltaica, sendo mais de 14 GWp provenientes da geração distribuída. Esses números colocam a energia solar em segundo lugar no ranking das maiores fontes de energia do país, ficando atrás apenas da energia hídrica.
Com o crescimento da geração fotovoltaica, surge a necessidade de armazenar a energia gerada para utilizá-la em momentos oportunos. É nesse contexto que as baterias desempenham um papel fundamental. Elas permitem que a energia solar seja armazenada e utilizada quando necessário, reduzindo o consumo e/ou fornecimento de energia elétrica para a distribuidora.
As baterias estacionárias, tanto em usinas de grande porte quanto em residências, têm a capacidade de acumular energia para uso posterior. Além disso, elas contribuem para a redução da troca energética entre uma residência e a distribuidora de energia. Isso possibilita que os consumidores diminuam seu consumo da distribuidora ou até mesmo se tornem independentes dela, reduzindo suas despesas com energia elétrica.
Um dos benefícios do uso de baterias em sistemas de geração distribuída é o gerenciamento energético e financeiro. As baterias permitem que os consumidores adaptem seu consumo de energia, trazendo benefícios tanto para o sistema de distribuição da concessionária quanto para o próprio consumidor.
Com a implementação da tarifa branca pela ANEEL em 2020, o uso de baterias se tornou ainda mais vantajoso. A tarifa branca estabelece diferentes valores tarifários de acordo com os horários de consumo de energia. Isso significa que, dependendo do perfil de consumo de uma residência, o armazenamento de energia em baterias pode ser extremamente benéfico, principalmente durante os horários de pico, quando as tarifas são mais elevadas.
Um exemplo prático dessa vantagem é quando uma residência possui um sistema fotovoltaico com baterias e adota a tarifa branca. Nesse caso, a energia solar produzida durante o dia pode ser armazenada nas baterias e utilizada durante a noite, quando as tarifas são mais altas. Essa estratégia pode reduzir significativamente a conta mensal de energia elétrica.
Apesar das vantagens do uso de baterias em sistemas de geração fotovoltaica distribuída, ainda há um desafio a ser enfrentado: os custos. O preço das baterias ainda é considerado alto, o que pode limitar a adoção em massa desses sistemas.
No entanto, assim como aconteceu com a energia solar fotovoltaica nos últimos anos, espera-se que os custos das baterias diminuam significativamente com o tempo. Estudos realizados pelo Laboratório Fotovoltaica/UFSC indicam que, para que as baterias sejam economicamente viáveis em sistemas residenciais, os custos de implementação e operação precisam ser menores que R$ 2.000 por kWh.
Portanto, a redução de custos das baterias depende da produção em massa e da adoção em larga escala. Com o aumento do número de instalações e a contínua queda de preços, é provável que as baterias se tornem cada vez mais acessíveis e populares no Brasil.
O Brasil possui um enorme potencial para a aplicação de baterias e geração fotovoltaica distribuída. O país apresenta altos índices de irradiação solar em todo o seu território, o que favorece a geração de energia solar. Além disso, a regulamentação atual permite que os consumidores instalem geradores a partir de fontes renováveis, impulsionando o crescimento da geração distribuída.
Assim, a aplicação de baterias em sistemas de geração distribuída contribui não apenas para a redução de despesas com energia elétrica, mas também para a sustentabilidade e a independência energética dos consumidores. Com o avanço da tecnologia e a queda dos custos, é provável que cada vez mais residências e empresas adotem soluções de armazenamento de energia, fortalecendo a transição para um modelo energético mais sustentável.
Desse modo, a aplicação de baterias e geração fotovoltaica distribuída no contexto regulatório brasileiro tem o potencial de revolucionar o setor energético do país. À medida que a geração solar fotovoltaica cresce, é essencial explorar soluções de armazenamento de energia para garantir a eficiência e a sustentabilidade do sistema.
As baterias desempenham um papel fundamental nesse contexto, permitindo que a energia solar seja armazenada e utilizada quando necessário. Com a evolução tecnológica e a redução de custos, espera-se que as baterias se tornem cada vez mais acessíveis e populares no Brasil, impulsionando ainda mais o crescimento da geração distribuída.
A transição para um modelo energético mais sustentável é fundamental para garantir um futuro melhor para o planeta e para as futuras gerações. A aplicação de baterias e geração fotovoltaica distribuída é um passo importante nessa direção, permitindo que os consumidores se tornem mais independentes e contribuam para a redução das emissões de gases de efeito estufa.
Portanto, é fundamental que o Brasil continue investindo em políticas e regulamentações que incentivem a adoção de soluções de energia limpa e sustentável. Somente assim será possível aproveitar todo o potencial das baterias e da geração fotovoltaica distribuída, transformando o setor energético e contribuindo para um futuro mais sustentável.
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